A rosa e a cruz são símbolos amplamente associados ao personagem Christian Rosenkreutz: cabalista, alquimista e fundador simbólico da ordem dos rosacruzes.

É imporante saber que o nome Rosacruz não representa nenhuma ordem em si, apesar de haver muitas ordens se denominando como rosacruzes.

Rosacruz como conceito original era menos uma organização concreta e mais uma idealização de uma comunidade espiritual e intelectual. Com isso em mente, saiba quem são os principais grupos que se entitularam como rosacruzes ao longo da história.

1. Colégio Invisível – 1610

Este grupo do chamado “Iluminismo Rosacruz” era formado por estudantes, professores e outros integrantes da Universidade de Tübingen, com apoio financeiro de príncipes protestantes.

No início, o movimento foi usado como uma forma de propaganda contra dois grandes pilares do Catolicismo: o Papado e o Sacro Império Romano.

Panfletos e folhetos anônimos começaram a circular, falando sobre um “Colégio Invisível” ou uma fraternidade secreta, que alegavam ter sido criada por um fundador mítico chamado Christian Rosenkreuz.

O membro mais conhecido desse movimento foi Johann Valentin Andreae, a quem se atribui a autoria de grande parte dos manifestos rosacruzes, como Fama Fraternitatis (1614), Confessio Fraternitatis (1615) e Chymische Hochzeit Christiani Rosencreutz (1617).

Esses textos impressos atacavam fortemente o imperador romano e o Papa, exaltavam ideias esotéricas e previam a chegada de uma “Idade de Ouro”. Nessa nova era, todas as instituições sociais e políticas seriam renovadas, e a humanidade viveria em harmonia, livre das tiranias, tanto seculares quanto espirituais, do passado.

2. Sindicatos Cristãos – 1617

Friedrich V, Príncipe Eleitor do Palatinado do Reno, era um importante líder protestante dentro do Sacro Império Romano-Germânico, que se opunha à influência católica da família Habsburgo.

Em 1613, ele se casou com Elizabeth Stuart, filha do rei James da Inglaterra. Quatro anos depois, os nobres da Boêmia lhe ofereceram a coroa do país. Friedrich aceitou, mas essa decisão desencadeou a Guerra dos Trinta Anos, um dos conflitos mais devastadores da Europa antes do século XX.

Nos primeiros anos da guerra, os exércitos católicos dominaram grande parte da Alemanha, colocando o Protestantismo alemão em grave risco. Milhares de pessoas, incluindo filósofos, cientistas e místicos ligados ao “Iluminismo Rosacruz”, fugiram para Flandres, Holanda e, eventualmente, Inglaterra em busca de segurança.

Para ajudar esses refugiados, Johann Valentin Andreae (personagem da imagem acima) e outros aliados criaram os chamados “Sindicatos Cristãos” (Christian Unions). Esses sindicatos funcionavam como redes organizadas, semelhantes a lojas secretas, que protegiam os ensinamentos rosacruzes e ajudavam os adeptos, principalmente dos círculos do Colégio Invisível, a fugir para locais seguros.

A partir de 1620, muitos refugiados alemães chegaram à Inglaterra, levando consigo as ideias rosacruzes e a estrutura organizacional dos Sindicatos Cristãos, que mais tarde inspirariam aspectos da maçonaria moderna.

3. Philadelphians – 1680

Os Philadelphians foram um grupo místico e espiritualista inglês do final do século XVII, cuja filosofia estava enraizada no esoterismo cristão e que teve ligações simbólicas e conceituais profundas com os ideais rosacruzes.

Seu nome é derivado da palavra grega “philadelphia,” que significa “amor fraternal,” refletindo sua busca por unidade e harmonia espiritual.

Os fundadores e membros eram influenciados por tradições protestantes, principalmente pietistas e quietistas, e também por autores místicos como Jakob Böhme, um dos maiores teólogos místicos do luteranismo.

Os Philadelphians acreditavam na purificação espiritual e na busca pela união direta com Deus, sem a necessidade de mediações clericais ou dogmáticas e defendiam a ideia de que todas as religiões e tradições espirituais tinham um núcleo comum de verdade.

Um de seus membros mais ilustres foi Andrew Michael Ramsay (personagem da imagem acima), mais conhecido como o Cavaleiro Ramsay, escritor e filósofo. Ele ajudou a perpetuar muitos desses ideais, mesmo que de forma indireta, através de suas contribuições à maçonaria e à filosofia da época.

4. Unzertrennlichen (Ordem dos Inseparáveis) – 1757

A Unzertrennlichen ou Ordem dos Inseparáveis foi uma sociedade secreta de rosacruzes fundada em 1757 por mineiros alemães.

A ordem estava centrada no estudo e na prática da alquimia, bem como na busca por uma transformação espiritual profunda, aspectos muito comuns no contexto rosacruz e hermético da época.

A linguagem e a filosofia da ordem eram influenciadas pelo gnosticismo, um sistema de crenças que enfatiza o conhecimento espiritual como o caminho para a salvação e para a compreensão da natureza divina.

A ordem sobreviveu ao tempo, em grande parte, graças à proteção de lojas maçônicas alemãs localizadas em Berlim e Alterburgo.

O nome “Inseparáveis” reflete a ênfase em uma irmandade unida, simbolizando a ligação espiritual e o compromisso entre seus membros na busca pelo conhecimento superior.

5. Rosa-Cruz de Ouro (Gold- und Rosenkreuz) – 1757

A Rosa-Cruz de Ouro (Gold- und Rosenkreuz) foi uma sociedade secreta e esotérica alemã que surgiu no século XVIII, por volta de 1757, como uma tentativa de reviver e organizar as ideias e práticas rosacruzes originais, surgidas nos manifestos rosacruzes do início do século XVII.

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A ordem buscava unir os princípios do rosacrucianismo com práticas alquímicas, criando uma estrutura hierárquica e rituais detalhados que influenciaram muitas sociedades esotéricas posteriores.

Teve seu auge entre o final do século XVIII e o início do século XIX, mas começou a declinar após a Revolução Francesa e as mudanças sociais e políticas que se seguiram.

Apesar disso, sua influência foi profunda, e muitos dos seus ideais foram incorporados por outras ordens iniciáticas.

6. Ordem dos Cavaleiros e Irmãos de São João Evangelista da Ásia na Europa – 1781

A ordem foi fundada em 1781 por Hans Heinrich von Ecker und Eckhoffen, um barão e conselheiro da corte do rei da Polônia.

Hans havia sido expulso da Rosa-Cruz de Ouro em 1780 e, inicialmente, criou a Ritter des Lichts (Cavaleiros da Luz). No ano seguinte, com a ajuda de Dobrushka e de outros membros da nobreza dos Habsburgos, essa ordem foi reorganizada como os Asiatische Brüder (Irmãos Asiáticos).

O nome completo da ordem era Cavaleiros e Irmãos de São João Evangelista da Ásia na Europa, em referência aos Irmãos da Sinceridade Ismaelitas e aos chamados “Místicos Orientais”, conectados à lenda dos Templários

Inspirada por tradições cabalísticas e sabatianas, a ordem combinava ensinamentos místicos judaicos (como os de Shabbetai Zevi, Jacob Frank e o Baal Shem de Londres) com a via mística cristã.

Seu simbolismo também se relacionava com a lenda dos Ormus, uma suposta seita mística oriental trazida para a Europa pelos Templários.

Diferentemente de outras ordens rosacruzes e maçônicas da época, os Irmãos Asiáticos admitiam judeus como membros, bem como turcos, persas e armênios. Eles eram recebidos como “antigos e genuínos irmãos da Ásia”.

Para entrar na sociedade, era necessário completar os três graus básicos da maçonaria (aprendiz, companheiro e mestre).

As reuniões da ordem eram chamadas de Lojas de Melquisedeque, um nome que reforça a conexão com tradições místicas judaico-cristãs. A ordem desenvolveu um sistema de altos graus que incluía práticas místicas, teúrgicas e alquímicas.

O processo de iniciação incluía quatro graus principais: pesquisador, cavaleiro, mestre e sacerdote, refletindo sua estrutura hierárquica e simbólica.

A ordem se espalhou rapidamente pela Europa Central, chegando a cidades como Viena, Berlim, Frankfurt, Hamburgo, Praga e Innsbruck, e chegou a ter milhares de membros no seu auge.

No final do século XVIII, a ordem viveu seu período de maior influência, mas começou a perder força devido a conflitos internos e à perseguição política contra sociedades secretas na Europa no início do século XIX.

7. Fraternitas Rosae Crucis – 1861

A Fraternitas Rosae Crucis é uma sociedade secreta criada por Pascal Beverly Randolph em 1861 e fortemente influenciada pelas ideias rosacruzes de Hardgrave Jennings e dos dervixes que pertenciam a um ramo dissidente do islã xiita próximo aos druzos, os Ansaireth.

Pascal teria conhecido os Ansaireth durante uma viagem à Síria, no Oriente Médio. Assim como algumas fraternidades sufis, eles ensinavam uma doutrina gnóstica, que acreditava que cada alma se transformava em uma estrela ao completar sua jornada na Terra.

Os estudos da ordem abordam temas como renascimento, karma, astronomia, igualdade entre homens e mulheres (algo muito incomum para a época) e também magia sexual ritualizada.

A sede da ordem, chamada de Beverly Hall, fica em Quakertown, na Pensilvânia, Estados Unidos. É um espaço que reflete sua herança mística, com bibliotecas, áreas de estudo e instalações para rituais.

A Fraternitas Rosae Crucis é uma das ordens esotéricas mais antigas dos Estados Unidos e ainda continua em atividade.

Randolph influenciou profundamente o esoterismo ocidental, e muitos de seus conceitos foram adotados por outros grupos iniciáticos.

8. SRIA (Societas Rosicruciana in Anglia) – 1865

A SRIA ou Societas Rosicruciana in Anglia é uma ordem rosacruz inglesa exclusiva para mestres maçom que se declaram como cristãos.

A ordem foi fundada em 1865 por Robert Wentworth Little, funcionário da Grande Loja Unida da Inglaterra.

Basicamente, Little estava desapontado com a falta de interesse pelos conhecimentos alquímicos dentro da maçonaria e resolveu, junto com outros maçons, criar a SRIA.

A SRIA possui uma hierarquia baseada em graus que refletem o progresso do membro em seus estudos e práticas. São nove graus ao todo.

Ela se inspira diretamente nos ideais dos Manifestos Rosacruzes do século XVII, que promovem a busca pela sabedoria, o autoconhecimento e a reforma espiritual da humanidade. Seu nome reflete essa herança: “Societas Rosicruciana” significa “Sociedade Rosacruz”.

Foi uma das influências fundamentais para o surgimento da famosa Ordem Hermética da Aurora Dourada (Golden Dawn), que incorporou muitas de suas práticas e conceitos.

9. Fratres Lucis (Brotherhood of Light) – 1873

A Fratres Lucis foi fundada em 1873 pelo major Francis George Irwin, líder da SRIA em Bristol.

A ordem se considera uma herdeira da tradição rosacruz associada a John Dee, famoso matemático, astrônomo, astrólogo e conselheiro da rainha Elizabeth I. John Dee também dedicou grande parte de sua vida ao estudo da alquimia, oráculos e filosofia hermética.

Promovia o autoconhecimento e a busca pela sabedoria espiritual como formas de alcançar a iluminação e transformar a alma.

Os Fratres Lucis formavam o círculo interno da SRIA e tiveram grande influência na criação da já citada Ordem Hermética da Aurora Dourada (Golden Dawn), uma das ordens esotéricas mais influentes do ocidente.

10. HBL (Hermetic Brotherhood of Luxor) – 1880

A HBL (Hermetic Brotherhood of Luxor) foi uma ordem hermética criada em Boston, em 1880, por Maximiliano Bimstein, mais conhecido como Max Théon, um judeu polonês com grande influência no ocultismo da época.

A ordem era bastante seletiva e exigia que os candidatos passassem por um processo de avaliação, que incluía análises astrológicas. Essa exclusividade aumentava o mistério em torno da HBL e atraía pessoas interessadas em explorar experiências espirituais mais profundas.

A HBL ficou conhecida pelo público por meio do livro The Light of Egypt, escrito por Thomas H. Burgoyne, um de seus membros. Seus ensinamentos defendiam que o ser humano poderia alcançar a iluminação espiritual através do estudo e da prática dos princípios herméticos.

Os textos da ordem mostram que ela foi fortemente influenciada pelas ideias rosacrucianas de Hardgrave Jennings e pelos ensinamentos de Pascal Beverly Randolph, especialmente em temas como magia sexual e rituais esotéricos.

Embora tenha sido criada nos Estados Unidos, a HBL se espalhou rapidamente para a Europa, especialmente para o Reino Unido e a França. No entanto, começou a perder força no final do século XIX devido à concorrência com outras ordens esotéricas, como a Golden Dawn, e a problemas internos.

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11. Golden Dawn (Ordem Hermética da Aurora Dourada) – 1888

A Golden Dawn (ou Ordem Hermética da Aurora Dourada) foi uma das ordens esotéricas mais famosas da história e atraiu grande atenção do público e da mídia, especialmente dos tablóides ingleses.

Ela foi fundada em 1888 por William Wynn Westcott, Samuel Mathers e R. William Woodman, todos membros importantes da SRIA (Societas Rosicruciana in Anglia). Na estrutura da ordem, Woodman era o “Mago Supremo”, Westcott o “Secretário” e Mathers o “Mago Suplente”.

A Golden Dawn teve uma enorme influência no esoterismo ocidental, sendo considerada fundamental para a renovação de tradições como o rosacrucianismo, a maçonaria, o martinismo e outras ordens herméticas. Essa influência se deve à qualidade de seus membros, à beleza dos rituais criados por Mathers e à estrutura rigorosa que exigia mérito e dedicação para o progresso dentro da ordem.

A ordem começou quando Westcott encontrou um documento de um clérigo da loja Quatuor Coronati, que o introduziu a uma antiga ordem rosacruz alemã, a Rosa-Cruz de Ouro.

Com base nisso, ele recebeu autorização para fundar o templo Ísis-Urânia nº 03, em Londres, que se tornou a principal sede da Golden Dawn.

O foco principal da ordem incluía estudos de cabalá, simbolismo, criptografia, hebraico, magia e tarot. No início, seus membros eram recrutados principalmente da maçonaria inglesa.

A Golden Dawn tinha uma hierarquia estruturada em 10 graus, que foram herdados diretamente da SRIA.

12. OKRC (Ordem Cabalística da Rosa-Cruz) – 1888

Em 1888, em Paris, Stanislas de Guaita fundou a Ordem Cabalística da Rosa-Cruz (OKRC).

A ordem era composta por no máximo 144 membros e tinha uma estrutura de quatro graus: bacharel, licenciado, doutor e iluminado. Seu funcionamento era semelhante ao de uma academia, exigindo que os membros apresentassem teses e passassem por exames regulares.

Os temas centrais da ordem incluíam cabalá, hermetismo e os escritos de Eliphas Levi, pseudônimo de Alphonse Louis Constant. Muitas das mentes mais influentes do misticismo europeu faziam parte da OKRC, tornando-a uma importante referência para o pensamento esotérico da época. Seus ensinamentos continuam a ser estudados até hoje.

No entanto, houve uma divisão interna na ordem. Um dos fundadores, Joséphin Péladan, se afastou e criou uma nova organização chamada Ordem da Rosa-Cruz do Templo e do Graal, que era mais voltada ao catolicismo e tinha uma abordagem mais extravagante em comparação à OKRC.

13. FTL (Fraternitas Thesauri Lucis) – 1897

A FTL ou Fraternidade do Tesouro da Luz, foi uma sociedade esotérica fundada em 1897 por Papus (pseudônimo de Gérard Encausse), junto com outros iniciados, como Marc Haven e Sédir.

Era uma ordem extremamente reservada e de difícil acesso, sendo dedicada ao estudo de temas esotéricos avançados, combinando ensinamentos de gnosticismo cristão e elementos do martinismo.

Seu objetivo era proporcionar um espaço para o aprofundamento de ensinamentos esotéricos, explorando práticas de iluminação espiritual e autoconhecimento.

Com pouca documentação, a estrutura da FTL era envolta em segredo, e pouco se sabe sobre seus graus e rituais. A iniciação seguia princípios rigorosos, com os membros sendo cuidadosamente escolhidos e treinados.

14. Fraternidade dos Polares – 1908

A origem dessa ordem rosacruz começa em março de 1908, quando Marco Fille, durante suas férias na região de Bagnaia, no norte da Itália, encontra um homem ferido na estrada. Ele o leva para casa e descobre que o homem é um sábio eremita do Tibet conhecido como Pai Juliano.

Pai Juliano era rejeitado pelos moradores locais por se recusar a participar da vida religiosa da comunidade. Como forma de agradecimento pelos cuidados, ele entrega a Marco um antigo manuscrito. No entanto, Marco não dá muita importância ao presente, já que vivia uma vida despreocupada, sem interesse pelo mundo iniciático.

Dez anos depois, em uma viagem ao Egito, Marco conhece o italiano César Accomani. Marco conta a história do manuscrito, despertando o interesse de César. Encantado pela história, César decide fundar, em 1929, a Fraternidade dos Polares, em Paris, com base nos ensinamentos do manuscrito.

César reuniu nomes influentes da via iniciática para formar o grupo, como Jean Marquès Rivière, René Guénon, Maurice Magre, Vivian Postel, Fernand Divoire, Jean Chaboseau, Henri Meslin de Champigny, além do bispo católico Monsenhor Lesètre e o príncipe cambojano Yu-Kantor.

O nome “Polares” referia-se à compreensão simbólica da “Montanha Sagrada” como um polo espiritual, vinculando-se a tradições hiperbóreas.

A fraternidade publicou o “Bulletin des Polaires” entre 1930 e 1939 para compartilhar seus ensinamentos e práticas. No mesmo ano, César lançou o manifesto da fraternidade, chamado Ásia Misteriosa, usando o pseudônimo Zam Bhotiva.

15. Fraternidade Rosacruz (Rosicrucian Fellowship) – 1909

A Fraternidade Rosacruz (TRF), também conhecida como Rosicrucian Fellowship, é uma organização de inspiração místico-cristã fundada em 1909, em Seattle, por Max Heindel.

Atualmente, sua sede está localizada em Oceanside, na Califórnia. A ordem transmite seus ensinamentos de forma remota, baseando-se nos escritos de Heindel.

Os principais temas estudados pela Fraternidade incluem cosmologia rosacruciana, mundos invisíveis, renascimento e astrologia.

A TRF tem características que se assemelham a uma religião, com cerimônias específicas para seus sacramentos. Seus membros seguem uma filosofia de vida que inclui o vegetarianismo, abstinência de álcool e o não uso de cigarro.

16. AMORC (Antiquus Mysticusque Ordo Rosæ Crucis) – 1915

A AMORC (Antiquus Mysticusque Ordo Rosæ Crucis) é a maior fraternidade rosacruz do mundo atualmente, com presença em todos os continentes.

Ela foi fundada em Nova York, no dia 8 de fevereiro de 1915, por Harvey Spencer Lewis, após sua iniciação na OKRC (Ordem Cabalística da Rosa-Cruz), em 1909, na cidade de Toulouse, na França, pelo iniciado Emille Dantine. A partir dessa iniciação, Harvey recebeu permissão para criar uma ordem rosacruz nas Américas.

Hoje sua matriz está localizada em San Jose, Califórnia. Essa sede, conhecida como Grande Loja de San Jose, abriga um laboratório de parapsicologia, uma galeria de arte moderna, um museu, uma vasta biblioteca e até um planetário.

A AMORC afirma que suas origens remontam às antigas escolas de mistérios do Egito, fundadas pelo faraó Thutmose III, da XVIII dinastia, no templo de Karnak, para estudar os mistérios da vida e aspectos espirituais mais profundos. Segundo sua tradição, o primeiro líder (chamado de “Imperator”) da ordem teria sido o faraó Akhenaton, em 1353 a.C., o que marca o início do calendário da AMORC.

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A organização também possui uma universidade, chamada URCI (Universidade Rosacruz Internacional), que promove pesquisas e difunde ensinamentos esotéricos. Seus ensinamentos são enviados aos membros por meio de monografias impressas ou digitais.

Os estudantes da AMORC progridem por 12 graus, sendo 9 graus tradicionais e 3 graus avançados, e aprendem práticas como exercícios de respiração, filosofia e técnicas para alcançar o que chamam de Consciência Cósmica.

17. FRC (Fellowship of the Rosy-Cross) – 1916

A FRC (Fellowship of the Rosy-Cross), ou Fraternidade da Rosa-Cruz, é uma ordem esotérica bastante popular fundada em 1916 por Arthur Edward Waite, um renomado ocultista, escritor e místico inglês.

Waite criou a FRC depois de deixar a Golden Dawn (Ordem Hermética da Aurora Dourada), devido a diferenças de visão com outros membros. Ele queria formar uma ordem que seguisse uma abordagem mais espiritual, cristã e contemplativa do rosacrucianismo.

A FRC combina elementos da cabalá, hermetismo, alquimia espiritual e cristianismo místico. A ordem enfatizava o estudo da transformação espiritual, buscando uma conexão mais profunda com o divino.

Waite rejeitou práticas que considerava demasiadamente “ocultistas” ou “ritualísticas”, buscando uma espiritualidade mais introspectiva. Por isso, diferentemente da Golden Dawn, a FRC era menos voltada para o cerimonial e mais para práticas espirituais e contemplativas.

Os rituais da FRC eram inspirados na liturgia da Igreja Católica Apostólica de Roma com elementos maçônicos incorporados.

18. Rosacruz Áurea (Lectorium Rosicrucianum) – 1919

A Lectorium Rosicrucianum, também conhecida como Rosacruz Áurea, é uma ordem rosacruz fundada em 1919 na Holanda, com sede em Haarlem.

Em 1946, os líderes da ordem, Jan van Rijckenborgh e Catharose de Petri, visitaram a cidade de Albi, no sul da França, que foi um importante centro dos cátaros. Lá, eles fizeram contato com a herança espiritual desse grupo, que havia vivido na região cerca de 700 anos antes. Essa experiência teve grande impacto na filosofia da ordem.

Após a Segunda Guerra Mundial, a Rosacruz Áurea começou a se expandir, chegando a diversos países da Europa, Américas e Austrália.

A filosofia da ordem é inspirada no cristianismo gnóstico e busca ajudar as pessoas a alcançar a harmonia espiritual original por meio de um caminho de autoconhecimento e transformação.

No Brasil, existem vários Centros de Conferência, Núcleos e Salas de Contato, onde são realizadas atividades abertas ao público para apresentar os ensinamentos da ordem.

19. FRA (Fraternitas Rosicruciana Antiqua) – 1920

A Fraternitas Rosicruciana Antiqua (FRA) foi criada por Arnold Krumm-Heller, um médico e iniciado alemão, no início do século XX.

A ordem foi bastante conhecida na Alemanha e na América do Sul, especialmente no Brasil, México e Chile, onde os ensinamentos esotéricos de Krumm-Heller tiveram grande impacto.

A FRA combina as tradições do rosacrucianismo com práticas de outras escolas esotéricas. Por ter sido iniciado na OTO (Ordo Templi Orientis), Krumm-Heller trouxe para a FRA ideias e rituais relacionados ao hermetismo e magia sexual, adaptando-as ao estilo rosacruciano. Essa mistura única deu à FRA um caráter especial, unindo alquimia espiritual com práticas simbólicas.

A ordem era organizada em graus, e seus membros estudavam temas como magia, mística judaica e espiritualidade cristã.

Após a morte de Krumm-Heller, a FRA se dividiu em várias organizações independentes, mas seus ensinamentos principais ainda são preservados por grupos que continuam a praticá-los até hoje.

21. FAR+C (Fraternitas Antiqua Rosae+Crucis) – 1930

A FAR+C, segundo documentos apresentados pelo líder Roger Caro, teria surgido de uma troca de conhecimentos entre os Cavaleiros Templários, pequenos grupos herméticos do Oriente Médio e círculos esotéricos islâmicos, como a Escola de Bagdá e a Casa da Sabedoria, criada em 830 pelo califa Al-Mamun.

Durante a perseguição aos Templários, sete cavaleiros conseguiram escapar para a Inglaterra. Entre eles estavam Gaston de la Pierre Phoebus e Guidon de Montanor, que, em 02 de dezembro de 1316, miticamente fundaram a ordem rosacruz chamada FAR+C.

Por muito tempo, a ordem permaneceu secreta, revelando seus ensinamentos apenas para um grupo seleto de estudantes rosacruzes. Seu número de membros era restrito a 33 pessoas, com um núcleo interno ainda mais fechado de 12 membros, chamado de “alquimia interna”.

A FAR+C tem seus ensinamentos focados principalmente na alquimia, com destaque para a prática conhecida como “via úmida” do cinábrio, uma técnica tradicional de transformação alquímica. Roger Caro registrou os rituais e práticas da ordem em várias obras, como o livro “Rituel F.A.R.+C. et deux textes alchimiques”.

Como não há registros confiáveis sobre a data da fundação da ordem, acredita-se que ela tenha sido estabelecida por volta de 1930.

22. CCRC (Cenobita Crístico da Rosacruz) – 1940

O CCRC (Cenobita Crístico da Rosacruz) é um pequeno grupo alemão dedicado ao estudo da tradição Rosacruz.

Eles se concentram em temas como os manifestos rosacruzes, a cabalá, a alquimia e a figura de Christian Rosenkreutz, o lendário fundador do movimento rosacruz.

Os estudos são realizados por meio de monografias enviadas aos membros, e a ordem tem três níveis de aprendizado: Companheiro Rosacruz, Cavaleiro Rosacruz e Príncipe Rosacruz. Ao completar o ciclo de estudos, o estudante é reconhecido como um irmão Rosacruz.

Embora o CCRC seja uma organização discreta e de menor porte, sua abordagem focada nos princípios rosacruzes atrai indivíduos comprometidos com os manifestos originais.

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