Qual a importância de Kant em nosso pensamento contemporâneo? Acima disso, qual o conceito do que é “belo” segundo um dos filósofos mais influentes de todos os tempos? É o que veremos neste artigo, confira!
O surgimento de Kant

Durante todo o século XVII, houve um processo contra o Antigo Regime, o Absolutismo, que deixava todo o poder nas mãos dos reis.
Este processo culminou em grandes reformas políticas e independências, como a Revolução Francesa e a Americana, no qual a justiça e a liberdade eram as grandes reinvidicações das burguesias locais.
Neste contexto de críticas e reformas, nasce Immanuel Kant em 1724, em Konigsberg na Prússia, em uma família modesta de artesãos. Lá começa a lecionar geografia e depois estuda filosofia na Faculdade da cidade e conhece as ideias liberais e influências de Locke e Rousseau.
Kant sintetizou a dedução e a indução
Durante toda sua vida se dedicou ao estudo do pensamento, tanto na vida quanto na filosofia. Seus estudos abordaram a razão, a moral, a ética, a liberdade e até a natureza do espaço e do tempo revolucionando a filosofia.
Kant foi o filósofo mais importante da época moderna e ele abriu novos caminhos de pensamento e modificou toda a concepção filosófica posterior. Ele revolucionou, principalmente, na metafísica e nos princípios e limites da razão.
Kant diz que o pensamento deve ser de criticismo, que é uma maneira de ver as condições da metafísica e da moral, sem ser cético, ou seja, acreditar totalmente na razão. Esta ideia é uma síntese entre o racionalismo de Descartes e o empirismo de Hume.
Esta teoria é expressamente moderna, pois não descarta o dado empírico, nem o racionalista, mas as une e as sintetiza. Nascendo assim então os juízos sintéticos a priori e o idealismo transcendental kantiano.
A Revolução Copernicana do Conhecimento
Kant falava que “o conhecimento é possível porque o homem possui faculdades que o tornam possível”, transformando o papel constitutivo de mundo pelo sujeito transcendental.
Isto gerou uma revolução que Kant chamou de Revolução Copernicana do Conhecimento, pois ele propôs uma inversão de pensamento na filosofia, dizendo que as leis não estariam mais nas coisas do mundo, mas sim no próprio homem.
Com isso, ele modifica a filosofia com seu modo investigativo, invertendo os termos da equação, postando o sujeito cognoscente como centro do processo de conhecimento e faz com que o objeto gire em torno dele.
Para ele, o sujeito é o centro e o conhecimento que tem validade objetiva no que se refere ao fenômeno, pois se trata de uma regra universal para todos os homens, mas não tem valor objetivo para si.
A sua filosofia agrega o homem e o mundo na explicação cientifica, sendo que este sujeito é a razão universal que é o sujeito conhecedor.
Ele afirma que o homem somente pode ter o conhecimento das coisas como aparecem à mente, jamais de si mesmas.
Além disso, ele organiza o material segundo a sensação – que é nossa intuição – segundo as formas de espaço e tempo. Ou seja, só é possível haver objetos de uma experiência se forem dados no espaço e no tempo e estes serem faculdades preexistentes do sujeito.
O conhecimento racional e verdadeiro

Segundo Kant, a Ciência do Intelecto não visa meramente a discussão das informações, mas observa o pensamento como um todo.
Neste sentido, deve pontuar-se que a sensibilidade é intuitiva. Conclui-se então que o raciocínio é uma forma discursiva e tem a utilidade de unificar, ordenar e sintetizar os múltiplos dados feitas pela sensibilidade da intuição.
Para ele a razão é inata, porém uma forma vazia e sem conteúdo. Ele fornece o formato para o conhecimento e a matéria que é fornecida pelo conhecimento.
Então a estrutura da razão é inata e universal, enquanto os conteúdos são empíricos e adquiridos pela experiência. Com isso, o conhecimento é racional e verdadeiro.
A Beleza de Kant
Quando Kant observa os juízos estéticos, ele faz referência aos objetos belos da natureza e da arte.
Para ele, o juízo do gosto é vinculado com a estética, e não ao conhecimento, portanto é subjetivo, porém as representações e sensações são objetivas.
A compreensão e representação de algo está intrinsecamente conectado ao sujeito e aos seus sentimentos de vida, como o prazer e o desprazer.
Na visão kantiana, o belo é algo que agrada universalmente, sem relação com qualquer conceito.
Kant expressa que a Beleza é universal, sem conceito, como uma sensação de prazer. O prazer do bem é universal, porque é válida para qualquer um, diferindo-se do gosto individual.
Ela deve ser reconhecida, sem conceito, como objeto de prazer necessário, não sendo uma necessidade lógica, mas subjetiva.
Também é ambígua e paradoxal, pois a satisfação é determinada pelo juízo do gosto, sendo ela uma necessidade subjetiva que apresenta-se objetivamente.
Para que haja os sentimentos de beleza, as fraquezas e vícios devem ser combatidos com princípios universais de benesses, para que os juízos de gostos tragam algo positivo à socialização.
A compreensão de nós mesmos e do mundo
A organização social para Kant deve ter um caráter de justiça e moral, definindo o sentimento de belo e sublime revelados nas qualidades das ações humanas. Ele entende que a experiência do belo é uma realização das capacidade mais elevadas do ser humano.
Para Kant, as experiências empíricas foram tornadas possíveis e úteis para a Ciência através do Idealismo Transcendental. É por meio dele que pode-se ter a compreensão entre nós mesmos e o mundo externo. Com isso tanto a razão quanto a experiência são importantes para o entendimento do mundo.
Ele foi e é um divisor de águas no campo filosófico e leitura obrigatória para entender a historia do pensamento moderno. Kant influenciou outros pensadores posteriores como Fitche, Schelling, Hegel, Schopenhauer e diversas correntes filosóficas até hoje.
Curtiu o conteúdo? Quer saber mais sobre a visão do filósofo? Confira também algumas obras de Kant e amplie seu conhecimento:
- Metafísica dos Costumes: Contendo a Doutrina do Direito e a Doutrina da Virtude
- Crítica da razão prática
- Crítica da razão pura
- Crítica da faculdade de julgar
- A Paz Perpétua: Um projeto filosófico
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